História do Violino e seus Antecessores – Parte 2- Ravanastron

Hoje vamos falar de um antecessor muito remoto do violino, o Ravanastron. Mais um instrumento milenar.
Alguns historiadores sugerem que a aproximadamente 5.000 a.C já existiam instrumentos semelhantes ao Ravanastron, friccionados por arco de fios de seda que eram tocados pelos caçadores.

O Ravanastron também pode ser conhecido por Ravanahatha, por exemplo, entre outros nomes.

O musicólogo e professor de música na Universidade de Leiden, Joop Bohr estudou e pesquisou o Ravanastron e disse na pesquisa “A Musicological Puzzle” que o Ravanastron se tornou popular na Índia em algum momento antes do séc XII.

Ele é parecido com um berimbau, com um braço comprido e fica parecido com um violoncelo pequeno quando é tocado de maneira vertical. Tem uma cabaça (caixa de ressonância) revestida com um tampo de couro com cavalete, arco rudimentar e geralmente duas cravelhas. (OBS: os instrumentos antigos não tinham um padrão rigoroso como hoje em dia e os instrumentos podiam variar no tamanho, no número de cordas, nos tipos de arco…).
Foi inventado pelo rei do Ceilão na Índia. Alguns denominavam o rei de Ravanon e por isso o instrumento se chamou Ravanastron.
Outros denominavam o rei de Ravana e então chamavam o instrumento de Ravanahatha. Seja lá como o queiramos chamar, o fato é que o instrumento surgiu entre o povo Hela de Lanka. O povo Hela se estabeleceu no Sri Lanka e eles não encontraram vestígios de outros povos ali.

Depois as circunstâncias os levaram  ao Rajastão no norte da Índia onde o instrumento se tornou popular entre os músicos de rua.
A lenda diz que o rei Ravanon usou este instrumento musical em suas devoções ao Deus Hindu chamado Shiva.

USO MODERNO DO RAVANASTRON:

Existe um violinista e compositor do Sri Lanka, chamado Dinesh Subasinghe que “reviveu o Ravanastron” e o toca em alguns momentos. Ele o usou em suas obras:
“Rawan Nada” e no oratório budista chamado “Karuna Nadee”.
Trouxemos um vídeo onde este violinista toca o instrumento Ravanastron. O vídeo abaixo tem cerca de sete minutos e a partir de cerca do minuto um do vídeo, o violinista começa a tocar o Ravanastron como se este fosse realmente um violino. O arco que ele usa é completamente convexo e curto. Vale muito a pena ouvi-lo tocar.

Alguns músicos de rua usando um Ravanastron um pouco diferente abaixo:

Em cerca de oito minutos você assistirá desde a construção do Ravanastron até a demonstração do som do instrumento recém construído pelo próprio contrutor, no vídeo abaixo:

Se observarem todos os vídeos poderão constatar a diferença existente no tamanho deste mesmo instrumento.

Hoje em dia os turistas ficam “hipnotizados” pelo som do Ravanastron ao visitarem o Rajastão.

O Ravanastron, mesmo sendo um instrumento musical tão remoto, ele é mais um dos instrumentos acendentes do violino moderno.

Ótima audição e até o próximo artigo.
Catarina e Carolina.

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Bibliografia:

-Anotações do seminário do professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e violinista Paulo Bosísio que aconteceu no Conservatório de Tatuí no estado de São Paulo em 04/12/2003;

-Wikipédia.

Fotos Pixabay

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Antecessores do Violino.

História do Violino e seus Antecessores – Parte 1- Erhu.

O violino é o menor e mais agudo instrumento da família das cordas e foi criado pelo italiano Gaspari de Salò, que viveu de 1540 a 1609.
Foi no século XX que a palavra “violino” foi introduzida na língua portuguesa. Até então chamava-se “rabeca“, palavra que ainda se usa em muitos lugares.
Sua origem vem de instrumentos trazidos do leste da Europa do Império Bizantino.
Os primeiros violinos foram feitos na Itália entre meados do século XVI e início do século XVII, evoluindo de antecessores como a Rabeca, a Vielle e a Lyra da Braccio.
Durante duzentos anos, a arte de fabricar violinos de primeira classe foi atribuído a três famílias de Cremona na Itália: família Amati, família Guarneri e família Stradivarius. Antes de nos aprofundarmos na história do violino tal qual o conhecemos hoje, vamos dar um mergulho na história conhecendo seus instrumentos antecessores começando pelo mais antigo de todos os instrumentos de que se tem conhecimento friccionado por arco como o milenar instrumento chinês conhecido por Erhu. E antes de começar a ler sobre o Erhu sugiro ouvi-lo neste vídeo de pouco mais de dois minutinhos:

ERHU

O Erhu começou a ser popular no sul da China durante a Dinastia Sung (960- 1279 d.C), onde foi chamado de Nan-hu.Nan” significa “sul” em chinês.
A origem do Erhu pode remontar a Dinastia Tang entre os séculos VII e X.
Se dividirmos os caracteres veremos que, ER significa dois. Alguns acreditam que por causa das duas cordas do instrumento.
O segundo carácter HU se refere a família Huqin que é a família dos instrumentos que com o tempo foram chamados de “violinos chineses“, ou seja, HU indica que o instrumento faz parte da família dos violinos chineses.
Huqin literalmente significa “instrumento bárbaro“, o que indica que o instrumento pode ter se originado a norte e a oeste da China por povos não chineses como mongóis (no norte) ou tibetanos (a oeste).

COMO É O INSTRUMENTO ERHU

O Erhu consiste em um braço vertical onde na parte superior há 2 afinadores e na parte inferior há um pequeno corpo ressonador (caixa de som) revestido com pele de cobra Python na parte da frente.


Duas cordas são esticadas desde os afinadores até dois pregos abaixo da caixa de ressonância e uma corda amarra as duas cordas juntas com o arco.(Quian Jin). Existe uma pequena ponte de madeira na caixa de ressonância onde se apoiam as cordas.

Se o músico quiser abafar um pouco o som pode colocar uma espécie de esponja ou feltro embaixo da ponte.
No violino, a madeira que sustenta as cordas, ao invés de ponte, tem o nome de cavalete.

ALGUMAS DIFERENÇAS NO TOCAR O ERHU E O VIOLINO

No violino, a madeira é a caixa sonora e é ela quem vibra juntamente com o vibrar das cordas produzindo o som. No Erhu quem vibra é a pele da Pyton, o que lhe dá uma sonoridade única que lhe é bem característica.
No violino, dedilhamos as cordas de maneira que os dedos encostem no braço do instrumento. No Erhu não. O músico não sente os dedos encostarem no braço do Erhu.


Outro detalhe é que as cordas são tão próximas no Erhu que são dedilhadas juntas.
No Erhu, a corda de dentro, mais próxima ao músico é a nota ré (D4), e a outra é a lá (A4).
O Erhu pode alcançar no máximo três oitavas e meia mas normalmente se usa  até duas oitavas e meia.
O violino tem 4 cordas sendo elas mi(E), Lá(A), Ré(D) e Sol(G).
Sobre as cordas, notamos que em ambos os instrumentos, o intervalo formado entre uma corda e outra é sempre um intervalo de quinta.

Outra diferença grande na maneira de tocar entre o violino e o Erhu está no manejo do arco. No violino o arco encosta SOBRE as cordas. No Erhu  o arco se acomoda ENTRE as cordas.
O arco do Erhu pode ter materiais diferentes. Pode-se se encontrar um arco de madeira e crina, como no violino, mas são usados também outros materiais como bambú, seda torcida e até metal.

O jeito de empunhar o arco no Erhu lembra a maneira que os contrabaixistas acústicos o empunham.
Nas próximas postagens continuaremos a desvendar sobre a história do violino e seus antecessores.
E para quem gostou de ouvir o Erhu vou colocar abaixo um vídeo muito bonito de pouco mais de 4 minutinhos e em seguida um vídeo com mais de uma hora para quem quiser  colocar para ouvir num momento tranquilo.

Boa audição!

Catarina
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Fotos Wikipédia, domínio público
Bibliografia
Wikipedia

Erhu, Antecessores Violino, História Violino

Pesquisadores Revelam Quais Partes do Corpo são Afetadas Quando Você Escuta Música.

Pesquisadores da Universidade de Tóquio no Japão fizeram pesquisas e descobriram que quando as pessoas ouvem música, determinadas partes do corpo são afetadas e até fizeram um mapeamento dessas áreas.

COMO FORAM AS PESQUISAS

Os pesquisadores tocaram oito músicas curtas que tinham apenas quatro acordes que foram compostas com base em 890 músicas das paradas musicais de Bilboard dos EUA e as mostraram a mais de 500 voluntários.
A partir do feedback das pessoas sobre como tinham se sentido e quais áreas do corpo sentiram ao ouvirem as músicas, fizeram um mapeamento das áreas do corpo que mais sentiam as músicas, um mapeamento semelhante a um mapa de calor. Um mapa das sensações causadas pela música.
As sequências dos acordes ouvidos foram sentidas principalmente no coração e no abdômen.
Os pesquisadores catalogaram as músicas como “surpreendentes” ou “não surpreendentes” e como “certas” ou “incertas”.

O professor Tatsuya Daikoku disse:

” A música não é algo que ouvimos com os nossos ouvidos; é uma experiência sentida por todo o corpo. Acho que esta sensação de corpo inteiro é o que realmente define a música.” E acrescentou:


“Esta pesquisa oferece insights sobre como as experiências musicais estão intrinsecamente ligadas aos nossos corpos. Ela é promissora para contribuir para o uso da música no alívio do estresse e na melhoria da saúde mental.”


Convido-os a lerem uma matéria com muito mais detalhes da pesquisa e fotos do mapeamento feito pelos pesquisadores clicando no link abaixo do site Diário da Saúde cujo título é:

“Mapas Corporais Mostram onde Você Sente a Música”- Diário da Saúde

Concluo mais uma vez refletindo sobre a importância das escolhas musicais que nos fazem bem. As pesquisas da Universidade de Tóquio, a meu ver, estão em concordância com as pesquisas feitas por Masaru Emoto que demonstrou como a música afeta as moléculas de água. Entendo que estão em concordância pois de maneiras diferentes ambas as pesquisas mostram como a música afeta a água, o corpo de maneiras diferentes conforme o estímulo sonoro. Cabe a nós como tudo na vida, escolhermos as que nos são mais benéficas e nos transmitem maior saúde física, emocional, mental, harmonia e bem estar.
Para quem ainda não conheceu as pesquisas de Masaru Emoto, vou deixar abaixo o link que neste mesmo blog os levarão a este artigo:

Dr.Masaru Emoto e a Música Transformando a Água.

Catarina
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Bibliografia:

Artigo: Bodily Maps oficial Uncertainty and Surprise in Musical Chord Progression and the Underlying Emotional Response.
Autores: Tatsuya Daikoku, Masaki Tanaka, Shigeto Yamawaki.
Publicação: iScience
DOI: 10.1016/j.isci2024.109498.

Encontrado no site Diário da Saúde.
<https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=mapas-corporais-mostram-onde-voce-sente-musica&id=16455&nl=nlds&gt;
Publicado em 09/04/2024
Acesso em 16/4/2024

Fotos Pixabay

Ciência, Música, Pesquisas.

Platão e a Influência da Música no Caráter das Pessoas.

Fiquei muito curiosa em saber mais sobre o que Platão pensava sobre a música pois recebi algumas de suas idéias onde ele relatava que a música influenciava muito na formação do caráter de uma pessoa. Então, fui pesquisar e descobri que existem anotações dos pensamentos de Platão,  alguns diálogos registrados em livros chamados : “Timeu, “A República”, “As Leis”, “Íon” por exemplo, onde ele escreveu sobre vários temas e dentre eles sobre a música.
É interessante notar algumas passagens.

Às vezes Platão tem as opiniões um pouco diversas sobre o mesmo ponto em diálogos diferentes, o que acredito que se trate de um aperfeiçoamento na maneira dele enxergar o mesmo assunto ao longo do tempo.
A música grega acompanhava os cidadãos em todas as atividades cotidianas tanto nas práticas religiosas como na vida social daquele período imperial em que Platão estava inserido.
Platão escreveu em “A República” assim:


“A música deve guiar a juventude para a beleza, para a harmonia espiritual.”


Segundo ele, os jovens deveriam ter uma educação onde receberiam uma poesia e música cuidadosamente escolhidas para que se tornassem virtuosos e corajosos.
Melodias tristes ou excitantes demais deveriam ser evitadas.

Nos relatos sobre a música grega, fica evidente que a espiritualidade grega, a formação moral de um cidadão, e a cultura grega recebiam influências musicais.
Platão escreveu sobre o que chamou de “cidade ideal” e chegou a fixar um estatuto com regras e leis para o uso da música pois ele acreditava que a música tinha o poder de influenciar a formação do caráter de uma pessoa. Acreditava que a música também influenciava o comportamento de um povo e afetava até a vida política.
Em uma citação de Platão em “A República” ele escreveu que a simples presença de uma música ruim, corromperia a alma de um cidadão. Em outro momento de sua vida, no diálogo encontrado em “As Leis”, ele modificou um pouco a idéia e disse que:


“as pessoas assemelhar-se-ão à música que elas APRECIAM e não a qualquer música que ouvirem.”

Platão acreditava que a inspiração musical provinha das “Musas”.
Em um trecho de Íon, ele disse:


“Os poetas cantam porque são inspirados e possuídos. Eles são como abelhas que colhem o néctar-melodia nas flores dos jardins das Musas e trazem para nós”.


Platão achava que a inspiração não vinha da técnica nem da ciência, nem da arte mas de uma fonte divina. E aqui cabe explicar que a música grega era basicamente vocal e acompanhada por instrumentos musicais em uníssono, ou seja, significa dizer que a música era monódica. A idéia de Platão era que a inspiração das letras e das melodias vinham de uma fonte divina.

Platão acreditava que os hábitos acabam se tornando a natureza de uma pessoa portanto quem ouvisse músicas nobres aproximaria as virtudes de sua alma à nobreza. E o contrário é verdadeiro.
Em ” As Leis” Platão registrou idéias sobre como uma população se tornava ordeira ou desrespeitosa em relação às regras de uma cidade por influências de diferentes padrões de música. Vejamos:


“No passado, quando o povo obedecia as regras e a música estava dividida por diversos gêneros e estilos… não havia liberdade excessiva e a vida política caminhava bem… Depois, contudo, apareceram compositores antimusicais que desprezavam as leis da música e misturavam os diferentes gêneros. Esse desrespeito aos padrões preestabelecidos levou a uma  liberdade abusiva, a audácia e ao atrevimento…”


Em suma, Platão acreditava que a música influenciava na formação do caráter de uma pessoa, de um povo e influenciava a vida política e por isso registrou um estatuto bem definido sobre o uso, ou melhor dizendo, sobre o bom uso que a música deveria ter para que fosse uma influência virtuosa. A “cidade ideal” ele chamou de “Kallipolis”.

OS “MODOS” MUSICAIS GREGOS

Na época de Platão a música grega tinha vários “modos“, sete modos para ser precisa. Uma escala é uma sequência de notas  e os diferentes modos seriam as diferentes maneiras de dispor essas notas musicais. Para fazer uma analogia, a fim de simplificar o entendimento, eu diria que cada modo seria como uma “cor” e cada uma traria efeitos diferentes sobre o estado de espírito de quem as observasse.
Alguns “modos” deixavam a pessoa letárgica, preguiçosa, outro teria o efeito dramático e assim por diante.
Platão em “República” escolheu quais seriam os dois “modos” mais virtuosos.
A saber:
Modo Frígio e Modo Dórico. Somente estas seriam aceitas na “cidade ideal”. Uma delas contribuiria para as atitudes de um homem valente na guerra, e assim ele defenderia com energia e ordem o povo. A outra seria para momentos de prece, paz e serviriam para os homens agirem com bom-senso e moderação.
Já no diálogo “As Leis” encontraremos Platão aceitando mais modos ou harmonias musicais.

Fiquei extremamente curiosa ao descobrir sobre isso pois em outro livro constatei que desde a Renascença ficou estipulado para a música apenas dois “modos” sendo o modo “maior”  e o modo “menor.”
Fui confrontar esperando que o modo maior e o modo menor correspondessem aos dois modos mais virtuosos citados por Platão para a “cidade ideal” e tive a triste surpresa de descobrir que não.
O modo maior corresponde ao modo antigo chamado “jônio” e o menor corresponde ao modo antigo chamado “eóleo.”
O modo jônio segundo Platão causa um efeito no estado de espírito que induz a preguiça e a embriaguez pois sua harmonia é considerada “mole”, o que também deixa as pessoas efeminadas. Essa harmonia não forma guerreiros segundo o que Platão escreveu em “A República”, onde baniu este e outros “modos“.
Todos os outros modos foram deixados para trás. Quando um estudante estuda música ele aprende o modo maior e o modo menor na prática de seu instrumento e os modos gregos são contados apenas nos livros de teoria. Com isso, a música perdeu muitas variantes de “modos“, muitas harmonias que foram deixadas de lado.
Hoje em dia só conhecemos e usamos o modo maior e menor.
Um bocado surpreendente.

QUAIS AS MUSICAS QUE PRESERVARAM  OS MODOS GREGOS A CERCA DE DOIS MIL ANOS?

As músicas cristãs foram as que preservaram as músicas  mais parecidas possíveis com as características e qualidades virtuosas da música grega e com o uso dos modos gregos.
Podemos encontrar os modos gregos preservados também na música popular espanhola e árabe.
O motivo das músicas religiosas e populares terem conservado essas características é que elas se tornaram alheias ao movimento de evolução da música erudita na Europa Ocidental que percorreu novos caminhos.
Desta forma podemos refletir sobre o impacto da música no caráter de um cidadão e consequentemente em uma população.
Após a evolução do Império Romano, logo após ás repúblicas gregas, a música entrou em decadência. Apenas no início do Império Romano a música grega teve um um tempo de “vida” que não se sustentou dentro de uma nova escala de valores bem diferente própria do Império Romano, o que possibilitou que a música se tornasse mais prosaica, mais exterior, trivial e libertina. Foi desta forma que a música entrou no Ocidente.
Se a música grega não deixou um vasto repertório, ela cumpriu seu papel na formação do caráter de seres humanos com valores nobres além de muito contribuir com a cultura e costumes gregos.

A pesquisa me deixou ainda muitos questionamentos em aberto mas respondeu muitos outros que dividi com vocês.
Fico a imaginar que conheci músicas tão lindas do repertório erudito e não tinha me dado conta de que poderiam ser ainda mais lindas e induzirem a virtudes se não tivessem sido descartados cinco modos gregos, o que muito empobreceu a música e se os dois modos atuais , a saber, o “modo maior” e o “modo menor” tivessem correspondido aos dois modos mais virtuosos segundo Platão estipulados para a “cidade ideal”. 
Como disse, fui em busca de respostas e sobraram mais dúvidas. Então concluo sobre este tema que mistura música e filosofia que, como diria Sócrates, “Só sei que nada sei.”

Professora Catarina

Bibliografia:

Parabenizo o artigo feito pelo professor da Universidade do Paraná, Brasil (UFPR), chamado Roosevelt Araújo da Rocha Júnior que gentilmente disponibilizou seu artigo “Música e Filosofia em Platão e Aristóteles” em PDF na internet e que muito me ajudou nesta pesquisa. Agradecemos por sua valorosa contribuição.
O professor Roosevelt pesquisou em muitos livros e reúne diversas passagens muito interessantes tanto de Platão quanto de Aristóteles e recomendo a leitura do seu PDF.

Outros livros:

História da Música Européia, das origens aos nossos dias.
Autor:Jacques Stehman
Enciclopédia de Bolso Bertrand;

Teoria Elementar da Música de Osvaldo Lacerda editora Ricordi.

Fotos Pixabay

Filosofia, Música Grega, Platão, Virtudes e a Música.

Traga Maior “Bagagem” à Interpretação Musical- Reflexão Sobre uma Frase de Heifetz.

Quantas vezes na vida só depois de evoluirmos em nosso nível de conhecimento e de autoconhecimento é que conseguimos achar fácil resolver situações que anteriormente  eram muito difíceis e desafiadoras para nós?
O que acontece? É que trazemos maior ” bagagem de conhecimento” para uma situação anterior.
Da primeira vez que passamos por aquela situação ela nos era desafiadora pois não sabíamos muitas coisas que depois de algum tempo fomos descobrindo e que ampliaram nossa percepção, visão e compreensão. Esses conhecimentos nos levam a um novo patamar, afinal, amadurecemos e então conseguimos achar fácil resolver coisas que eram difíceis.

Na música não é muito diferente.
Neste “viés”, vamos refletir sobre mais uma frase do virtuose violinista Jascha Heifetz, um dos maiores violinistas do século XX:

“Pratique como se significasse tudo no mundo para você. Realize como se você não desse a mínima.”
Heifetz.

A cada período de estudo é construído mais um “tijolo” da obra final. Esse estudo deve ser consistente em cada aspecto, exige disciplina, amor, determinação e mais que isso, saber a maneira certa de estudar, otimizando o tempo e os resultados…
Deve – se  “dar tudo de si” como disse Heifetz.

Na hora de tocar Heifetz disse:
“Realize como se você não desse a mínima.”

Não como um relaxo mas com uma aceitação do que se conseguiu alcançar durante todos os períodos de estudo.
Os estudantes mais perfeccionistas as vezes se cobram estar tocando melhores do que conseguem e não notam como estão melhores do que a pouco.
É preciso manter-se estudando a peça “antiga” enquanto se avança e se estuda novas peças, pois neste tempo, há um crescimento e se muda de “nível”. Ao tocar aquela peça antiga novamente depois de algum tempo, é notável conseguir tocar aquela peça  em um nível sonoro superior!
Não existe peça “feia” ou  peça “bonita”, mas peça bem ou mal tocada.
Toda composição merece ser bem interpretada.
E a prova disto são os virtuoses violinistas que tocam todo tipo de repertório, tocam músicas “anos – luz” mais fáceis do que o alto nível técnico e artístico que construíram, com uma qualidade ímpar.

Jascha Heifetz antes de um Concerto em 1953- Wikipédia.

Daí o erro dos alunos mais perfeccionistas compararem suas próprias performances às deles visto que o aluno está aprendendo aquela música pela primeira vez e seu nível técnico e artístico é compatível com aquele material enquanto que o virtuose desceu de um nível muito superior para tocar uma música que para ele é muito mais fácil.
É isso que acontece ao aluno quando depois de atingir um nível mais aperfeiçoado de conhecimento e de experiência em sua técnica e desenvolvimento artístico,  ele volta a tocar uma música mais “antiga” de seu repertório. Trazendo nova “bagagem” de conhecimento e de familiaridade com o violino, o resultado é notavelmente outro.

Ou seja, as coisas não são imediatas, é preciso contar com a evolução adquirida no decorrer do tempo. A evolução é constante e crescente.
Convido-os a refletirem e buscarem as suas próprias interpretações sobre a frase de Heifetz. Se desejarem comentar, será interessante agregar.
Boas reflexões,


Professora Catarina

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Frase de Heifetz, Reflexão, Violinista.

Fotos Pixabay

Reflexão: Como a Música Impacta os Seres Vivos. Com Base em Pesquisas.

Quem acompanha este blog deve se lembrar do artigo sobre as pesquisas de Masaru Emoto que revelaram de que maneira a música modifica as organizações das moléculas de água e como essas mesmas moléculas são afetadas por diferentes vibrações.


Se a qualidade da música for de elevada vibração, harmoniosa, a água forma lindos cristais de gelo que se assemelham a jóias enquanto que se forem submetidas a músicas pouco harmoniosas, os cristais de água se desorganizam e ficam totalmente disformes.
Masaru Emoto estudou não só a influência da música sobre os cristais de gelo mas também a influência de palavras escritas ou pronunciadas sobre a água. Estudou também a influência que o ambiente em que a água se encontra inserida tem sobre ela.


Saber isso foi algo que me impactou profundamente pois não só a música como as diferentes vibrações emitidas pelas pessoas afetam a água, assim como seu ambiente. Sabendo que a constituição biológica dos seres humanos é de cerca de setenta porcento de água no organismo, então “nossas águas corporais” também estão sujeitas a essas vibrações sonoras ou não, afinal tudo é vibração.
Vou deixar abaixo o link do artigo caso não tenham lido:

Clique aqui para acessar o artigo ” Dr.Masaru Emoto e a Música Transformando a Água.”

Aqueles que quiserem ler o artigo acima, lá encontrarão um documentário excelente de Masaru Emoto que chega a mostrar em tempo real as moléculas dos cristais de água se reorganizando ali na frente das câmeras quando estas foram expostas a música de Beethoven Mozart, Flores de Cerejeira e outras. Cada compositor fez com que a água formasse um desenho de “jóia” lindo e diferente uns dos outros.

OUTRA PESQUISA:

Recentemente recebi um link do site “Olhar Digital” do artigo chamado “Som Faz Fungo Crescer mais Rápido e Pode Recuperar Ecossistemas” que traz resultados de pesquisas feitas pela University Flinders da Austrália.


Pelo fato dos fungos crescerem mais rápido, eles podem recuperar ecossistemas mais rapidamente do que no prazo de uma década, que é o tempo que normalmente se leva.
Vou dar uma “pincelada” com minhas palavras no que li e deixarei-lhes o acesso caso queiram ler o artigo que me inspirou a esta reflexão, conhecendo todos os detalhes e tendo acesso as fotos das experiências das pesquisas. O artigo é escrito por Nayra Teles e editado por Lucas Soares em 1/2/24.
Meu foco é apenas lhes contar que houve essa pesquisa pois ela, juntamente com a pesquisa de Masaru Emoto servem de base  a minha reflexão logo mais abaixo e ambas as pesquisas a corroboram.

UMA “PINCELADA” :

Em uma primeira etapa os pesquisadores enterraram saquinhos de chá e estimularam um grupo com músicas a 70 decibéis e outro com músicas a 90 decibéis, oito horas por dia, por 14 dias. Um terceiro grupo de controle ficou exposto apenas aos sons naturais de seu próprio meio ambiente, o que não chegava a 30 decibéis.
Após 14 dias, verificou- se que os fungos tinham crescido muito mais nos grupos que haviam recebido música. O grupo que só escutou sons ambientes continuou igual.
Os pesquisadores estudaram em uma segunda etapa, o fungo chamado Trichoderma Harzianum que atua como um agente biológico contra patógenos de plantas. Colocaram o fungo em placas de Petri, em laboratório sob o som de músicas a 80 decibéis por cinco dias. As amostras que ouviram música também cresceram mais do que as que não “ouviram música” mesmo estando em um laboratório.


Usaram a técnica chamada de  Ecoacústica que é um campo que estuda a atmosfera do ambiente natural de um local, com seus sons naturais como o som das ondas do mar, o som de um rio, o som dos pássaros, dos insetos, da chuva, do vento, ou seja, esse conjunto que cria uma “atmosfera” de um ambiente natural.
A Ecoacústica é uma modalidade que pode analisar tanto o impacto dos sons do ambiente em determinada planta, analisar como os sons externos ao ambiente afetam a mesma, quanto pode analisar o som emitido a partir dela.

Clique aqui para acessar o artigo “Som Faz Fungo Crescer mais Rápido e Pode Recuperar Ecossistemas” do site Olhar Digital.

REFLETINDO SOBRE AS PESQUISAS:

Agora uma reflexão minha. É evidente que vibrações sonoras ou não sonoras afetam as formas de vida sendo um fungo, a água e consequentemente todas as vidas pois todos temos água em nossas constituições. Então vejo que a escolha das músicas que ouvimos fazem “nossas águas” mais felizes ou disformes dependendo do tipo de música que escolhemos. Se escolhermos ouvir músicas que elevem nossa vibração e que nos induzam a termos bons sentimentos, as moléculas de água dentro de nós, serão harmônicas e isso nos trará maior bem estar e contribuirá com uma boa saúde.


Pelos resultados das pesquisas chego a conclusão de que não só a música impacta fungos e a água como também elementos não musicais, mas sonoros como as palavras pronunciadas sobre as placas de água como podemos notar nas pesquisas de Masaru Emoto. A intenção colocada por um grupo de pessoas que ou xingavam uma amostra ou diziam palavras amorosas a outra amostra era o suficiente para ou deformá-las ou as tornar lindos fractais em forma de jóias. Palavras apenas escritas num papel e colocadas junto ao recipiente de água também impactaram os cristais de água analisados por Masaru Emoto, ao ponto de as deformar quando estavam em contato com palavras escritas de ódio, de raiva ou de formar lindas formas de jóias quando as mesmas estavam em contato com os papéis que continham palavras de amor e carinho. Tudo estava na energia de uma palavra escrita! Os efeitos foram visíveis.
Então constato a importância de nos atentarmos a esta realidade vibracional a fim de nos preservarmos não só de sons que desarmonizam-nos como de ambientes hostis e nos conscientizarmos de que nós também impactamos o nosso entorno com nossas próprias vibrações.
Nikola Tesla dizia:

Acredito que esta seja uma reflexão interessante. Sempre nas escolhas dos temas para este blog foco na parte  apenas sonora por ser um blog de música. Desta vez, já que a pesquisa de Masaru Emoto também engloba os efeitos das vibrações não sonoras sobre os cristais de água, aproveito o ensejo para, repartir com vocês esta minha reflexão um pouco mais abrangente.

Vimos como os sons impactam o entorno, os fungos (a ponto de os fazer crescer mais rápido), a água e consequentemente todas as vidas assim como vibrações não sonoras como as palavras escritas, também impactam a água e eu diria que impactam não só a água. Se a energia de uma palavra escrita teve o poder de modificar moléculas de água, o pensamento e o sentimento também não a afetam? Vou terminar deixando a pergunta para reflexão e cada um chegará a suas próprias conclusões.

Boas escolhas musicais e boas vibrações!

Professora de Violino- Catarina

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Fonte: Rxiv, Olhar Digital.
Fotos Pixabay

Música impacta Fungos, Música impacta Água, Masaru Emoto, Ecoacústica.

A Evolução do Arco de Violino para o Arco Moderno.

Bem orientava o professor Paulo Bosisio que, um músico para ser um bom músico deveria entender de vários assuntos relacionados a música e que vão além de apenas tocar o próprio instrumento musical. Nesta ânsia por aprender sempre mais, acabei em um site de física chamado “Revista Brasileira de Ensino de Física”,  onde encontrei um artigo excepcional dos alunos: Igor Mottinha Fomin, Lucas Guilherme Schafhauser, Jorge Luis Monteiro de Matos, Silvana Nisgoski  e Thiago Corrêa de Freitas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil de 2018, cujo título é  “O Arco do Violino”.
Eles escreveram inúmeras informações riquíssimas sobre a constituição física do arco, sua evolução no decorrer da história, sobre materiais usados na confecção dos arcos, estudos sobre quais são os melhores materiais para a confecção de um bom arco e tudo através de perspectivas diferentes dos músicos.


Convido-os a lerem este excelente trabalho deles “O Arco de Violino” chamando especial atenção para o ítem número 2.1 chamado “Evolução Histórica”.
É incrível conhecer a história, ver a evolução do arco. De vareta convexa a côncava! De crinas de cavalo sem ajuste de tensão para crinas com os parafusos que regulam a tensão da crina no arco, modelo que conhecemos e usamos tão bem nos dias de hoje e que nos possibilita ajustar o nível de tensão da crina de acordo com as necessidades do repertório a ser tocado, dos golpes de arco a serem usados, enfim…

Foto Pixabay. Os arcos antigos, eram convexos e lembravam um arco de atirar flechas.

Tourte , o “Stradivari do Arco” e o violinista Viotti concluiram o arco tal como se conhece hoje como arco “moderno” Foram  mais de 40/50 anos da evolução do arco e este foi conhecido por “arco Viotti” pois ele foi um dos pioneiros a usar este arco em concertos. Ao lerem o trabalho citado, conhecerão as minúcias desta história e os muitos archetiers ( archetier – profissional que confecciona manualmente os arcos), que contribuíram para esta evolução.

Imagem de domínio público da Wikipédia. É o retrato feito pelo artista J. Frey .” O senhor François Xavier Tourte ficou conhecido como “Stradivari do Arco”

“François Xavier Tourte (1747-1835), relojoeiro francês e profundo conhecedor de materiais
junto com o violinista italiano Giovanni Battista Viotti (1755-1824) são tidos como sendo os responsáveis pela consolidação do arco moderno…” Trecho do  trabalho deste grupo de alunos da Universidade Federal do Paraná, (artigo o qual convido-os a ler.)

Também chamo a atenção para o ítem 3.1 chamado: “A Vareta – Materiais e Formas”.
Esta seção traz informações muito interessantes, sobre as madeiras que eram usadas antigamente na confecção dos arcos até descobrirem a excelência da madeira Pau-Brasil por sua “firmeza e flexibilidade”. O trabalho mostra ainda sobre o que dizem os estudos que analisaram outras madeiras alternativas ao Pau-Brasil na confecção de arcos e qual seria uma boa madeira alternativa, fala sobre os projetos de plantio de árvores de Pau-Brasil, para que seja sustentável, aborda sobre os novos materiais para arcos como fibra de vidro, fibra de carbono e outros como tubos de aço e alumínio! O que será que se concluiu em estudos feitos sobre estes materiais? Vale a pena a leitura. Enfim, altamente interessante tanto para leigos no assunto quanto para violinistas e músicos da área de cordas.
Confiram estas riquíssimas informações tão bem contadas pelos autores citados acima, a quem parabenizo por este excelente trabalho que inclusive soma muito a perspectiva dos músicos.

Um músico está sempre focado na sonoridade e em como retirar um bom som do seu instrumento. Sabemos que através dos diferentes golpes de arco, se retira efeitos sonoros bem diversos. Se por um lado a afinação é imprescindível por outro é o arco que produz o som. Por isso, enquanto os archetiers buscam a melhor maneira de confeccionar um arco flexível e firme, os músicos precisam por outro lado, contar com essas qualidades de um bom arco pois estas qualidades  são um suporte a fim de que o arco “responda” aos golpes de arco tocados pelo músico para produzir  sons mais ou menos ligados, sons mais ou menos destacados, sons mais ou menos saltados, e sons com excelente sonoridade.
A mesma informação de várias perspectivas só enriquece e muito o conhecimento.
Confiram!

Clique aqui para acessar o trabalho “O Arco do Violino” na Revista Brasileira de Ensino de Física.

Artigo “O Arco do Violino”. Revista Brasileira de Ensino de Física.2018.
Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2018-0069 >
“Acesso em 06/02/2024”

Créditos:
Revista Brasileira de Ensino de Física.
Alunos da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil.
Os autores do trabalho “O Arco de Violino” encontrado na revista acima citado são:
Igor Mottinha Fomin – do curso superior de Tecnologia em Luteria e do Programa de pós-graduação em Engenharia Florestal;

Lucas Guilherme Schafhauser –  do Programa de pós-graduação em Tecnologia e Sociedade;

Jorge Luis Monteiro de Matos – do Programa de pós-graduação em Engenharia Florestal;

Silvana Nisgoski – do Programa de pós-graduação  em Engenharia Florestal;

Thiago Corrêa de Freitas do curso superior de Tecnologia em Luteria.

Boa leitura, Professora Catarina.

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Fotos Pixabay e Wikipédia.

Arco, Acústica, Física, Violino, Archetier, Luteria.

De que Maneira Ouvir Outros Instrumentos Musicais Melhora Minha Interpretação no Violino?

Pixabay

Hoje gostaria de abordar um insight que irá ajudar muito na parte de interpretação artística.
Nós violinistas não precisamos necessariamente escolher o momento de inspirar o ar nem de o expirar para tocarmos nossos violinos.
Agora observem os cantores líricos, observem os instrumentistas de sopros. Eles aprendem a administrar o momento certo de inspirar o ar a fim de não interromperem a melodia no meio de uma frase musical.

Respirando-Pixabay

Os instrumentistas da área das cordas devem aprender com eles e assim fazê-lo com o intuito de se ter consciência na execução de cada frase musical.
NÃO PRECISAMOS respirar em momentos “certos” mas DEVEMOS respirar pois embeleza nosso fraseado.

Falando em frase musical, vamos ver o que Roy Bennett tem a nos ensinar a respeito de frases e períodos musicais na frase a seguir retirada do livro – “Forma e Estrutura na Música” do editor Jorge Zahar Editor:

” Esses são os componentes musicais básicos com os quais o compositor constrói uma melodia. A extensão  mais comum para uma frase musical é de quatro compassos, ainda que frases de oito compassos, dois compassos e até um compasso possam ser encontradas. Frases que consistem em um número ímpar de compassos, tais como três ou cinco são relativamente raras”. Roy Bennett.
Agora, do ponto de vista artístico sobre frase musical vamos refletir sobre a frase do virtuose violinista Itzhak Perlman na figura abaixo:

Imagem Pixabay
Virtuose violinista Itzhak Perlman- Wikipédia-Domínio Público.

Logo, é notável que o músico impregna de sentimento e expressão cada frase da música. Contudo, nós, os instrumentistas de cordas melhoraremos significamente nossas interpretações musicais observando a respiração de nossos colegas da área dos sopros e vocal.

Trago para observação o segundo movimento do concerto para clarinete e orquestra de Mozart (Lá Maior. K.622).

Clarinete-Pixabay

O vídeo tem pouco mais de oito minutos. Se o vídeo não abrir aqui basta clicar sobre ele e se abrirá uma janela para o assistir no YouTube.

Para os leitores que não tocam nenhum instrumento, vocês também conseguirão sentir a beleza de cada frase musical. Isso não seria possível se o músico usasse aleatóriamente a sua respiração. Este segundo movimento é SUBLIME e até parece uma oração. Tenho certeza que todos irão se sentir elevados com esta música de Mozart e a apreciarão.
Ótima audição e observação!

Professora Catarina
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Interpretação Musical, Violino, Adágio de Clarinete, Mozart, Frase Musical.

Uma Reflexão sobre uma frase do violinista Heifetz.

A direita: Jascha Heifetz e Hudolf Koelman. Foto Wikipédia (domínio público).

Jascha Heifetz, o violinista tecnicamente mais próximo à perfeição do século XX, disse a frase transcrita na figura abaixo:

Imagem Pixabay

Ele era extremamente disciplinado em seus estudos.
Quem ainda não leu a outra postagem do blog sobre Jascha Heifetz pode se aprofundar lendo-a no link abaixo:

Os Melhores Violinistas do século XX-Parte 1- Jascha Heifetz

Muitos alunos não tem a pretensão de serem concertistas virtuoses, o que elimina preocupações com a crítica dos críticos mas mesmo assim, não importa onde o estudante queira tocar, o fato é que certamente quererá produzir um som agradável, belo e encantador.
Aqueles que estudam regularmente colhem os benefícios de uma musculatura leve e flexível e ao mesmo tempo certeira nas respostas da mente.
Quanto mais vezes o estudante promove períodos de estudo, maior é a qualidade de sua produção sonora.
Mais funcionam vários períodos de estudo do que uma avalanche de horas em apenas um ou dois dias. É a constância nos estudos que vai flexibilizando os dedos e deixando-os ágeis quando necessário.
Imaginem uma ginasta olímpica. De que adiantaria ela decorar toda a série a ser executada se não treinasse o próprio condicionamento físico para que este lhe respondesse ao que estaria em sua mente?

Pixabay

É a mesma coisa! São músculos pequenos mas precisam estar em “boa forma”.
Saber fazer do momento de estudo um momento prazeroso é muito importante.
No decorrer dos anos conversando com muitos músicos percebi que a maioria gosta de estudar sobre um tapetinho especial. É “o momentum”. Existe todo um ritual.
O estudante está limpinho(a) com uma roupa confortável, muitas vezes descalso(a) com os pés sobre o famoso “tapetinho”, sentados ou em pé e curtindo embelezar cada vez mais a própria sonoridade. Repetem e repetem fazendo os exercícios necessários em cada trecho, curtindo o ver melhorar a cada vez.

Pixabay

Neste momento não existe mais nada no pensamento exceto a música. Esse tapetinho mais parece “o tapete de Aladim” pois tem o poder de tornar aqueles momentos únicos transportando-os a outros níveis de consciência.
Após o estudo, obtém-se aquela sensação boa de ter se empenhado e melhorado mais um pouco.
Juntando o trabalho dedicado ao instrumento em dias, os resultados se tornam significativos, em semanas, meses e anos então nem se fala.

Pixabay

Por outro lado, se o estudante se permite ficar dias sem estudar, sua musculatura sente e certamente os ouvidos dos ouvintes também. Parece que então tudo é um esforço para “desenferrujar” os dedos, ou seja, para flexibilizá-los novamente e desta forma não chegam a ter o gostinho de tocar em sua plena forma e desperdiçam seus potenciais sonoros.
Desejo que todos tenham a experiência de ter a satisfação de sentir sua musculatura em ótima forma e de maneira crescente, consigam curtir os momentos de estudo e toda essa evolução musical. Para tanto é necessário dedicar-se. Quem estuda da maneira apropriada consequentemente consegue tocar bem. Há de se ter um cuidado muito especial com a QUALIDADE de cada período de estudo. A soma deles faz a “mágica” acontecer.

Professora Catarina
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Reflexão sobre frase de Heifetz, Momentos de estudo, estudo do violino, Estudar Violino.

Fotos de Heifetz Wikipédia
Fotos gerais Pixabay

Aprendendo sobre a Música “Mourão” de Guerra-Peixe/Clóvis Pereira.

César Guerra-Peixe – Foto Wikipédia

Para celebrar a volta às aulas neste ano de 2024 e trazer boas energias e alegria a este novo ano trazemos música e conhecimento sobre a obra “Mourão” do compositor César Guerra Peixe / Clóvis Pereira.
Esta obra que trazemos tem o tema no folclore brasileiro e até mesmo quem não toca instrumento algum, se for brasileiro(a) é capaz de reconhecer rapidamente a esta melodia nos primeiros segundos, pois é da nossa cultura brasileira, da nossa raíz e desde a infância todos a ouviram uma vez ou outra.

Chapéu nordestino brasileiro – Foto Pixabay

Sobre Guerra-Peixe:

César Guerra-Peixe nasceu em Petrópolis- RJ e foi violinista, arranjador, regente, pedagogo e pesquisador da música brasileira.
Pesquisou profundamente a música pernambucana pois viveu 50 anos em Recife.
Foi integrante da Orquestra Sinfônica Nacional  e lá estreou, gravou e regeu muitas de suas obras.
Foi um dos compositores expoentes do Movimento Armorial fundado por Ariano Suassuna em 1970. Suassuna intencionou realizar uma arte autêntica brasileira baseada em suas raízes.
Guerra-Peixe foi considerado um dos principais compositores brasileiros do século XX.

Sobre a obra “Mourão”:

Esta música chamada “Mourão” foi considerada o hino do movimento Armorial explicado acima.
Guerra-Peixe se inspirou no som das rabecas do folclore nordestino. (Rabeca é um instrumento anterior ao violino, muito rústico mas com características semelhantes).

Foto Pixabay

Vídeos com a música “Mourão”:

Como sempre, trazemos mais de uma interpretação da mesma obra, desta vez com orquestras e maestros diferentes. Com menos de 4 minutos cada uma, tenho certeza de que ela contagiará rapidamente seu novo ano com muita alegria. Em um dos vídeos, uma surpresa acontece para quem ouvir até o final. Se o vídeo não abrir aqui basta clicar sobre ele e abrirá uma janela no YouTube.

O primeiro vídeo traz a gravação desta obra Mourão de Guerra-Peixe/ Clóvis Pereira interpretada pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) sob a  batuta de John Neschling:

O segundo vídeo, abaixo, com a mesma obra interpretado pela Orquestra Sinfônica Brasileira pelo maestro Roberto Minczuk:

Preparem os fones de ouvido e aumentem o som. Boa audição e um excelente Ano Novo a todos!


Professoras, Catarina e Carolina.
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Fotos Pixabay e Wikipédia.

Mourão, Guerra Peixe, Violino.